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Coronavírus – Os desafios do tempo de quarentena!

Conheça as recomendações da psicologia da quarentena, especialmente as que falam sobre como lidar com a ansiedade em condições de confinamento. Há boas recomendações para passar por essa prova que o isolamento social nos impõe, certamente irão ajudar a muitos.

O que leva a pessoa a ficar ansiosa frente ao risco de uma epidemia?

A ansiedade não aparece instantaneamente, como se fosse um imprevisto que se abate sobre a pessoa, e de uma hora para a outra começa a lhe atrapalhar a vida. Vivemos tempos estressantes, somos exigidos ao extremo em todos os papéis que exercemos, é muito fácil passar da conta na quantidade de atividades a realizar. Esse ritmo coloca a pessoa no limite do autocontrole, e quando ela percebe, a barreira do que consideramos “humanamente possível” já foi ultrapassada.

É deste modo que a ansiedade se instala. Se achega aos poucos, dando sinais que a pessoa não valoriza, julgando que aconteceu só aquela vez ou atribuindo a um fato isolado, como algo relacionado a alguma ação malsucedida que nunca havia acontecido.

Corrija o rumo e viva melhor

Sabemos que o foco deveria ter sido a prevenção e busca da ajuda dos especialistas em psicologia tão logo aparecessem os primeiros sinais de que algo não estava bem. Como já estamos vivendo o isolamento e não dá para voltar no tempo, façamos a correção de rumo hoje, para remediar o mal que já havia se instalado e repentinamente cresceu como um monstrinho por causa da quarentena.

Corpo e mente dão sinais de alerta

Os sinais podem ser uma indisposição alimentar, uma dor muscular repentina, ou um súbito medo sem motivo muito claro, mas que paralisa e desaponta a pessoa por alguns instantes. Em outros casos aparece um sentimento de que algo desastroso está para acontecer e precisa ser evitado, mas quase sempre a pessoa não vislumbra uma solução, e por alguns instantes o pânico se instala, até que a razão volte a assumir o controle dos seus pensamentos.

Veja em que perfil você se encaixa e entenda o que fazer.

  1. Você percebe que esses incômodos já te aconteceram algumas vezes.
  2. Você se dá conta de que eles aparecem várias vezes durante a semana.

Perfil 1

Este é o momento para fazer uma revisão de seus compromissos e rotina diária. Se antecipe e afaste a ansiedade para bem longe.

  • faça planos menos grandiosos – dê passos que a perna alcance, evite decepções por superdimensionar seus planos;
  • reserve tempo para atividades que não exijam produtividade – sejam prazerosas e ativem o sentimento de realização;
  • não seja perfeccionista – tenha determinação e foco, mas seja razoável consigo;
  • desbloqueie suas emoções – você é um ser humano, faz parte de você sorrir, chorar, se entristecer ou se alegrar, não se limite apenas ao que te faz parecer um jardim sempre florido, há flores com espinhos.
  • você não é insubstituível – sinta-se responsável pelo que faz e seja diligente, mas entenda que algumas coisas podem exceder sua responsabilidade, confie que alguém mais poderá agir sobre o que ficou fora de alcance.

Perfil 2

Esse quadro atesta que a pessoa já está convivendo com a ansiedade, e quando ocorre um evento estressante de grande destaque, como esse que vivemos em uma epidemia, que ameaça sua vida ou a das pessoas que lhe são caras, a pessoa não consegue encontrar respostas para o turbilhão de questões que lhe rodeiam. O isolamento social, soa como anormalidade e torna-se o culpado da ansiedade. Só que ela já estava lá, e o que se deve fazer para combatê-la é encontrar os fatores que propiciaram seu desenvolvimento antes da epidemia chegar.

Curiosamente a drástica mudança de ritmo imposta pelo confinamento pode ajudar a baixar a adrenalina e acalmar a ansiedade. É preciso aproveitar a oportunidade e abandonar o estilo de vida que te levou a passar dos limites.

Adote um novo estilo de vida

Experimente algumas atitudes e ações que te ajudarão a passar pela tempestade sem naufragar.

  • desacelere seu relógio biológico: durma um pouco mais, se espreguice bem ao acordar, se alimente sem pressa;
  • mantenha-se ativo(a) procure ocupar-se com tarefas que não levem mais de duas horas – alterne os períodos entre atividades que sejam mais braçais (físicas) e atividades intelectuais. Grandes tarefas devem ser divididas em períodos que se alternem com outras atividades;
  • as redes sociais são um ótimo suplemento para suprir a falta de contado pessoal com o seu grupo social – como é um suplemento, pode ser restringido quando a quarentena acabar;
  • continue com suas convicções e deixe os mais afoitos se estressarem sozinhos – não se meta em polêmicas sobre religião, político-partidárias, ou assuntos em que não seja especialista, é momento de defender sua saúde, não de brigar e promover atritos;
  • o frenesi das notícias ativa a ansiedade, mantenha-se informado(a), mas fuja do alarmismo e das notícias produzidas por especialistas em repassar informações que nem sabem quem produziu, reflita bem sobre o que está absorvendo;
  • mantenha a motivação, faça planos que possa realizar depois de terminado o confinamento, mas não marque datas, ainda, apenas sonhe acordado(a) e a realização virá no tempo certo, o futuro nos aguarda;
  • experimente ficar sem checar o relógio a todo instante, tente intuir a hora avaliando a intensidade da luz solar – seu organismo sabe fazer isso, não insista em ignorar o seu relógio biológico;
  • se a ansiedade aparecer, mude o foco, mude de atitude, movimente seu corpo, respire pausadamente, procure uma atividade lúdica;
  • se ela insistir, interrompa a sequência de pensamentos que te levou a acelerar o ritmo, lembre-se de uma piada engraçada ou de um fato divertido que te fez rir, ouça aquelas músicas que te trazem boas recordações;
  • afaste o desânimo, tenha sempre em mente que esse é um período que tem prazo para acabar, você só não sabe a data, mas não vai durar tanto tempo quanto a ansiedade te faz imaginar.

O tempo não para e isso nos favorece

Nosso objetivo com este artigo é te sugerir um foco – acreditar que é possível atravessar essa fase incomum e desafiadora sem perder de vista que há um tempo para cada coisa. Às vezes navegamos por mares mais agitados, mas, de um modo geral, o ser humano não se adapta à vida que não ofereça desafios. É certo que para cada mal haverá uma cura, para cada segredo uma descoberta que será realizada por pessoas comuns como nós. Nós que, diligentemente, acreditamos e sabemos que será apenas uma questão de tempo. Já que o tempo não para… aproveite isso a seu favor, a quarentena vai passar.

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